O encontro do governador do Amapá Janary Nunes (dir.) com o Presidente Getúlio Vargas, em abril/1945, garantiu recursos federais para importantes obras na região, em especial, para o melhoramento do setor elétrico.
Em março de 1945, o então Território Federal do Amapá já havia crescido significativamente, tanto em termos populacionais como em termos econômicos. O fato começou a preocupar o então governador Capitão Janary Nunes que, em 1° de abril daquele ano, viajou para a Capital Federal (que na época era o Rio de Janeiro-RJ) em busca de recursos para serem aplicados em seu plano de governo que acompanharia aquele crescimento sócio-populacional que ocorria na região.
Durante um mês inteiro em que esteve no Rio de Janeiro (RJ), Janary Nunes manteve diversos contatos com ministérios e departamentos ligados ao Governo Federal, sendo até mesmo recebido pelo próprio Presidente da República Getúlio Vargas (em 10/04/1945) em uma dessas audiências agendadas, onde apresentou um álbum fotográfico sobre as ações já desenvolvidas por sua administração e solicitou a liberação de verbas para a conclusão de obras que se encontravam em andamento no Território amapaense.
O Chefe da Nação garantiu a liberação de recursos que seriam aplicados na agricultura, pecuária e na infraestrutura de prédios públicos no Amapá. Ainda no Rio de Janeiro, Janary Nunes atendeu a um convite especial do Coronel Hélio de Macedo Soares, visitando no dia 16 de abril corrente, as instalações hidrelétricas da capital carioca, o que lhe entusiasmou mais ainda em relação de querer aproveitar o potencial hidroelétrico no então Território Federal do Amapá.
Enquanto que no Amapá, a demanda migratória “se traçava” descontroladamente sobre as terras amapaenses – em especial pela cidade de Macapá, por onde também chegavam os primeiros empreendedores que fortaleceriam um importante setor primário da região: o setor madeireiro.
Cel. Hélio de Macedo Soares |
Surgiriam nas imediações das antigas Docas da Fortaleza alguns comerciantes focados na compra e venda deste ramo que era extraído de nossas florestas, na qual abasteciam e impulsionavam consideravelmente o comércio local. Em paralelo, apareceriam os primeiros equipamentos industriais constantemente usados nessas madeireiras para o corte e empilhamento desta matéria-prima. Com isso, a Usina de Força e Luz de Macapá já começaria a apresentar seus primeiros registros de sobrecargas, estando a Usina com menos de um ano de funcionamento público.
Porém, o superintendente dos Serviços Industriais do Governo do Amapá, Dr. Eloy Monteiro Nunes, na qual coordenava o funcionamento e a distribuição de energia elétrica para a capital, emitiu no dia 29 de julho/45, um Aviso Público para os moradores da cidade, com vários procedimentos relacionados à utilização limitada de eletricidade por esses consumidores, proibindo seu desperdício para alguns aparelhos domésticos (como geladeiras, ferros e discos elétricos), entre os horários de 18hs e 22hs, quando essa sua geração elétrica era diretamente destinada nos serviços de iluminação noturna e radiofônica da cidade.
O referido Aviso Público foi temporariamente cumprido pela população, tendo que respeitar que os horários de geração elétrica que diariamente ocorriam das 18hs até às 06hs da manhã do dia seguinte.
Em 08 de novembro de 1945, o Governo do Amapá baixou o Decreto n. 032, descrevendo as funções públicas da Usina de Força e Luz (UFL) de Macapá, também apresentando sua primeira equipe de funcionários e a escala de geração elétrica da cidade. Até dezembro corrente, a UFL da capital já havia distribuído em torno de 123.732kw/h durante todo esse ano.