sexta-feira, 7 de agosto de 2015

1955 – Cronologia Elétrica do Amapá

Canal da Rua Mendonça Júnior, em Macapá, em
meados da década de 1950, ainda não havia o
posteamento adequado de energia elétrica.
28 de janeiro de 1955 – Chega a Macapá, o Sr. Robert Soliva, representante do “Banque de L’ Indochine” no Brasil. O bancário francês veio a convite do governador amapaense Capitão Janary Nunes para analisar as possibilidades do financiamento para aquisição de equipamentos necessários ao funcionamento da futura Hidroelétrica do Paredão, na qual atinge um orçamento de US$ 6 milhões de dólares. O financista conheceu o local onde está ocorrendo os estudos técnicos para construção dessa hidroelétrica. 

1º de fevereiro de 1955 – O Governador do Amapá Capitão Janary Nunes envia ao Ministro da Fazenda e Negócios Interiores, Dr. Seabra Fagundes, o Ofício n. 048/55-RR, onde propõe a criação de uma sociedade de economia mista denominada Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA). Em resposta ao Ofício, o ministro mostra-se favorável à sua criação. 

14 de fevereiro de 1955 – Rio de Janeiro (RJ). Governador do Amapá Capitão Janary Nunes envia a mensagem nº 081 ao Congresso Nacional, onde solicita a criação de uma Companhia de Eletricidade no Amapá. 

18 de fevereiro de 1955 – Em reunião no Palácio do Governo amapaense, o governador Capitão Janary Nunes destacou a importância do imediato funcionamento da Hidroelétrica do Paredão e abordou sobre as dificuldades encontradas para a criação da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), onde seus comenta de seus aspectos técnicos, jurídicos e econômicos, itens esses que foram aprovados pelo Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica (CNAEE), mas garantiu como positivo a sua real constituição. 

02 de março de 1955 – Rio de Janeiro (RJ). Apresentado na Câmara Federal, para conhecimento do Presidente da República, Café Filho, a autorização para constituição de Companhia Elétrica no Território Federal do Amapá. 

16 de março de 1955 – Depois de permanecer alguns dias no Território Federal do Amapá, com objetivo de analisar as possibilidades do desenvolvimento energético local, o chefe do setor de energia do Banco do Desenvolvimento Econômico (BDE), Dr. Fábio Valverde Bastos, retorna ao Rio de Janeiro (RJ), levando um relatório técnico que apresenta as condições ambientais de alguns pontos da cachoeira do rio Araguari, local onde será construída a Usina Hidroelétrica da cachoeira do Paredão. 

22 de março de 1955 – Rio de Janeiro (RJ). Na Câmara Federal, o deputado federal Milton Campos, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) desta Casa de Leis, entrega ao deputado Newton Belo (PSD-MA), o projeto n. 034/55 do Poder Executivo que autoriza o Governo do Território Federal do Amapá a organizar a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA).
O deputado Coaracy Nunes (representante do Amapá no Congresso Nacional) esteve com a referida Comissão, solicitando preferência para discussão e votação do referido projeto, a fim de ativar os trabalhos que serão realizados na cachoeira do Paredão, para construção da hidroelétrica do rio Araguari. 

24 de março de 1955 – Convidado pelo Capitão Janary Nunes (governador do Território do Amapá), chega a Macapá, o Dr. Engelbert Riedel, técnico da firma Servix Engenharia, para acertar as providências finais de instalação do canteiro de obras dessa empresa no rio Araguari, para logo iniciar a construção da Hidroelétrica do Paredão. 

26 de março de 1955 – Em visita ao local onde iniciará as obras de construção da futura Hidroelétrica do Paredão, no rio Araguari, o governador do Território do Amapá, Capitão Janary Nunes acompanha a realização dos seguintes serviços a serem feitos pela firma Servix Engenharia naquela região: desmatamento da área da vila residencial, construção de barracões para operários e capatazes, casa para técnicos solteiros; prédios para funcionar o Posto Médico, Administração, Armazéns e duas (02) casas para engenheiros. 

20 de abril de 1955 – Rio de Janeiro (RJ). A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprova na Câmara Federal o parecer do deputado carioca Newton Belo quanto à criação de uma Companhia de Eletricidade no Amapá. 

29 de abril de 1955 – Rio de Janeiro (RJ). Após ser recebido no Ministério da Justiça e pelo presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (BNDE), o governador do Amapá, capitão Janary Nunes encontra-se com o Engenheiro Fábio Valverde, onde examinam o relatório produzido pelo referido engenheiro, na qual trata da demanda de energia elétrica da futura Usina Hidroelétrica do Paredão, e acertam os procedimentos finais para o pedido do empréstimo ao BNDE. 

07 de julho de 1955 – Chega a Macapá, o Engenheiro Paulo de Azevedo Athayde, do Ministério da Justiça, com objetivo de coletar informações para a elaboração dos projetos de arborização e ajardinamento da vila residencial do Paredão, onde ali estão sendo realizados os trabalhos de construção da futura Usina do Paredão. 

10 de agosto de 1955 – Rio de Janeiro (RJ). Após ser apresentado em 1ª discussão, no Congresso Nacional, pelo Deputado Federal Dr. Coaracy Nunes, é aprovado o projeto nº 034-A, que autoriza o Governo do Território Federal do Amapá a organizar a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA). O projeto teve parecer favorável de 03 Comissões: Comissão de Constituição e Justica (CCJ), Comissão de Economia (CE) e Comissão de Finanças (CF). 

13 de agosto de 1955 – Rio de Janeiro (RJ). Aprovado pela Câmara de Deputados, o projeto de criação da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA). No dia seguinte, parte da imprensa carioca divulga a sua criação. 

03 de setembro de 1955 – Rio de Janeiro (RJ). O político Amílcar Pereira apresenta ao deputado federal Dr. Coaracy Nunes um novo projeto de constituição da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), agora totalmente reformulado.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

1954 – Cronologia Elétrica do Amapá

Artigo comenta interesses entre
o Governo do Amapá e empresa
paulista na construção da UHE
Paredão, no Rio Araguari.
17 de janeiro de 1954 – Segundo a direção da Usina de Força e Luz de Macapá, a energia elétrica consumida na capital amapaense já chega a 150.000kw/h ao ano. 

1º de maio de 1954 – O jornal “Amapá” desta data publica uma matéria que aponta as vantagens do aproveitamento hidroelétrico da cachoeira do Paredão (no rio Araguari), cujos trabalhos preliminares estão sendo concluídos pela empresa Servix Engenharia, que calcula a sua capacidade de geração para 100 mil cavalo-vapor e instalação inicial de 02 turbinas de 25 MW. Segundo a firma Servix Engenharia, já foi efetuado o levantamento aerofotogramétrico do rio Araguari, no trecho entre Porto Platon e Ferreira Gomes. (ver Amapá, edição 531) 

06 de maio de 1954 – Chega a Macapá, o Diretor da Divisão de Obras do Território do Amapá, Dr. Dário Gomes, vindo do sul do país, onde ali tratou com os dirigentes da firma Servix Engenharia sobre o projeto de construção da futura Usina Hidroelétrica do Paredão, na qual foi informado de que o ante-projeto dessa grandiosa obra foi encaminhado à Divisão de Águas do Ministério da Agricultura para análise de um parecer técnico daquela instituição federal. 

29 de maio de 1954 – Em despacho enviado, nesta data, ao Diretor de Carteira do Comércio Exterior (Cacex),o pedido do Governo do Território do Amapá solicitando cobertura cambial para aquisição de um Gerador Elétrico “Caterpillar”, nos Estados Unidos (EUA), no valor de US$ 31.751,31, para ser instalado na Usina de Força e Luz de Macapá. Com aprovação do Cacex, o pedido segue para o Ministério da Fazenda. 

23 de junho de 1954 – Decreto-lei n. 35.701 desta data, sancionado pelo Presidente da República Getúlio Vargas, autoriza o Governo do Território Federal do Amapá a construir Usinas Hidráulicas como forma de geração de energia elétrica. 

24 de junho de 1954 – Encontram-se em Macapá, os engenheiros Aderbal Castillo Coelho e Paulo Olivar Silva, Diretor e Auxiliar, respectivamente, da Firma Brasileira de Sondagens, que, acompanhados dos sondadores José Justo Carvalho e Ary Avelar, inspecionam a queda d’ água do rio Araguari e consideram-na como “verdadeiro manancial” aquela cachoeira, podendo ali ser instalado um parque industrial dos mais importantes do norte brasileiro. Ver 19.11.1954. 

1º de outubro de 1954 – Inauguração do serviço de iluminação pública da vila do Taperebá (município de Oiapoque), com a presença do prefeito Roque Pennafort. 

16 de outubro de 1954 – Chega a Macapá, o economista belga Dr. Edouard E. Urech, que vem ao Território Federal do Amapá para elaborar estudos sobre um plano geral de industrialização do Amapá, com bases na energia hidroelétrica da Usina que vem sendo estudada na cachoeira do Paredão. Em audiência com o governador do Amapá, Capitão Janary Nunes, o economista aborda outras fontes do desenvolvimento econômico da região. 

25 de outubro de 1954 – Ocorre no salão de despachos do Palácio do Governo do Amapá, a apresentação do relatório (contendo 102 páginas) feito pela firma Servix Engenharia, tendo todos os detalhes para a construção da futura Hidroelétrica do Paredão, assim como também foram exibidos os mais recentes estudos sobre essa audaciosa obra, incluindo os estudos geológicos e levantamentos topográficos. 

06 de novembro de 1954 – A Usina de Força e Luz de Macapá já possui 05 motores “Caterpillar” Diesel com capacidade de 564kw, fornecendo para o consumo da capital em 10 meses, 1 bilhão e 500 milhões aproximadamente de kw/h através de uma rede de alta e baixa tensão com 19.500 m. 

Aspecto em desenho de como já seria a Hidrelétrica
sobre o Rio Araguari, traçado em meados de 1954
19 de novembro de 1954 – Após concluir os serviços de sondagens das rochas, no local onde será construída a futura Usina Hidroelétrica do Paredão, o Engenheiro Aderbal Castillo Coelho, da Companhia Brasileira de Sondagens, retorna ao Rio de Janeiro (RJ). Ver 24.06.1954. 

22 de novembro de 1954 – Em reunião no salão de despacho do Palácio do Governo Amapaense, o governador Capitão Janary Nunes comenta o andamento das obras da futura Usina Hidroelétrica do Paredão, destacando o seu alto orçamento e a respeito de seus objetivos no desenvolvimento do Território do Amapá. 

21 de dezembro de 1954 – Em visita ao Território Federal do Amapá, como candidato à Presidência da República, o governador de Minas Gerais (MG) Juscelino Kubitscheck comenta sobre o financiamento de recursos para dar continuidade nas obras da hidroelétrica da cachoeira do Paredão. 

28 de dezembro de 1954 – Garantido no Orçamento da União para o ano de 1955 recursos totais no valor de CR$ 13,7 milhões cruzeiros, para início da construção das barragens, casa de força, vertedouro, montagem da 1ª turbina de 25.000 cavalos da futura Hidroelétrica do Paredão, incluindo outros serviços complementares. No mesmo orçamento, consta a ampliação do atual sistema termelétrico da Usina de Força e Luz de Macapá, de acordo com o plano de aplicação do governo.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

1953 – Cronologia Elétrica do Amapá

Nova Usina de Força e Luz de Macapá, agora
funcionando em local mais espaçoso.
24 de janeiro de 1953 – Por determinação do governador do Território do Amapá Capitão Janary Nunes, a Usina de Força e Luz de Macapá passa a funcionar em novo local, agora mais espaçoso e com dependências adequadas para os novos motores adquiridos pelo governo amapaense. O local está situado na Travessa da Areia (atual Avenida General Gurjão, ao lado do Teatro das Bacabeiras). 

03 de abril de 1953 – Um engenheiro e 02 auxiliares da firma Servix Engenharia procedem estudos definitivos na cachoeira do rio Araguari (Paredão). 

05 de abril de 1953 – Inauguração de uma sirene na Usina de Força e Luz de Macapá, visando anunciar qualquer desligamento automático dos motores e geradores da referida Usina. 

12 de junho de 1953 – Chega a Macapá, o geólogo Pimentel Godoy, da firma Servix Engenharia, para efetuar estudos preliminares para construção da futura Usina Hidroelétrica do Paredão (no rio Araguari). Após concluir os trabalhos de examinar as condições da fundação para construção da barragem da futura Usina, o geólogo retorna para o Instituto de Tecnologia (em Minas Gerais-MG), onde ali realiza suas atividades. 

16 de julho de 1953 – Inauguração do sistema de iluminação elétrica da localidade de Vila Velha do Cassiporé, no município de Oiapoque. 

26 de novembro de 1953 –. O jornal “Amapá”, desta data, publica um extenso artigo que comentada sobre as condições excessivas do consumo de energia elétrica na capital do Território Federal do Amapá e da grande necessidade da construção da Usina Hidrelétrica da cachoeira do Paredão, no rio Araguari. (ver edição 488)

30 de novembro de 1953 – Os eletricistas da Usina de Força e Luz de Macapá, Antônio Leitão e José Costa, encontram-se no município de Amapá, a pedido do prefeito Lourenço Façanha, terminando a revisão da rede elétrica da vila de Calçoene e realizando o levantamento para a instalação de uma nova rede, tendo em vista o crescimento do consumo de energia.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

1952 – Cronologia Elétrica do Amapá

Vice-presidente da Cia Light no
Brasil, Drº John Robert, esteve
palestrando no Amapá.
25 de janeiro de 1952 – Inauguração do novo prédio da Usina de Força e Luz do município de Amapá. 

02 de fevereiro de 1952 – O Prefeito de Mazagão, Silvio Carvalho dos Santos, autoriza a instalação de um gerador de 6.000 velas na vila do Jary, situado na encosta do Território do Amapá. 

30 de junho de 1952 – Já constam em Macapá, os primeiros registros de instalações residenciais que utilizam os padrões bifásico e trifásico (220 volts) de energia elétrica. 

11 de julho de 1952 – Inaugurado na Usina de Força e Luz de Macapá, um possante gerador à Diesel com potência de 270 kw, sanando dessa maneira o racionamento na capital. 

08 de agosto de 1952 – Em visita ilustre ao Amapá, o vice-presidente e diretor geral das Companhias Associadas da Light no Brasil, Dr.º John Robert Nicholson, acompanhado com seu filho, o médico Dr. Robert, que vem observar os problemas sanitários da região. Os visitantes permanecem por quatro dias no Amapá, onde profere aspectos importantes sobre a geração e distribuição de energia elétrica produzida por usinas hidroelétricas no país. 

13 de setembro de 1952 – Até esta data, a rede de distribuição de energia elétrica de Macapá já possuía 150 postes de madeira, consumindo 3.000 kg de fios de cobres de diversas espessuras. 

20 de outubro de 1952 – Chega a Macapá, o Engenheiro Jorge Amon, da firma Servix Engenharia, para efetuar diversos estudos para construção da futura Usina Hidroelétrica do Paredão. 

28 de novembro de 1952 – Chegam ao Território do Amapá, os engenheiros Cals Faber e Thomas Henry Hoge, ambos da Companhia Associada da Light no Brasil, para tratarem de assuntos de interesse hidroelétrico.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

1951 – Cronologia Elétrica do Amapá

Equipe diurna da 1ª Usina de Força e Luz de Macapá,
foto tirada no final da década de 1940.
24 de maio de 1951 – Eleita a nova diretoria da Sociedade Beneficente dos Servidores da Usina de Força e Luz de Macapá (SBSUFLM), que ficou assim composta: Rosendo Olegário Alves (vice); José Domingos dos Santos (Presidente); Marcos Farias dos Santos (1º secretário); Raimundo dos Santos Gomes (2º secretário); Elionai César da Silva (tesoureira). Ver 20.06.1951. 

1º de junho de 1951 – Prefeito de Oiapoque, Roque Pennafort, inaugura o serviço de luz elétrica nas escolas rurais de Vila Velha e Taperebá, localidades próximas do município. 

20 de junho de 1951 – Empossada a nova diretoria da Sociedade Beneficente dos Servidores da Usina de Força e Luz de Macapá (SBSUFLM), que ficou assim composta: Rosendo Olegário Alves (vice); José Domingos dos Santos (Presidente); Marcos Farias dos Santos (1º secretário); Raimundo dos Santos Gomes (2º secretário); Elionai César da Silva (tesoureira). Ver 24.05.1951. 

31 de julho de 1951 – Até esta data, já existiam 783 ligações elétricas efetuadas em Macapá, sendo que 63 eram do Governo Territorial e 720 particulares (residenciais). Já foram montados 09 transformadores nas redes de distribuição elétrica dos bairros do Trem, Frigorífico e Escola Profissional, além de outros distribuídos pelo Hospital de Macapá, Poço do Mato e Laguinho. 

13 de setembro de 1951 – Em Macapá, estão funcionando 04 motores tipo Caterpillar, modelo D-17.000, e no Hospital Geral encontra-se instalado 01 motor Internacional GM Diesel, de 06 cilindros.

1950 – Cronologia Elétrica do Amapá

Usina de Força e Luz em Fazendinha em 1950.
25 de janeiro de 1950 – Inauguração do novo sistema de luz elétrica no Estádio Municipal de Macapá, havendo na ocasião uma partida de futebol entre as seleções representativas do Território do Amapá, que participariam do Campeonato Brasileiro. 

08 de março de 1950 – O Diretor da Divisão de Obras do Território do Amapá, Engenheiro Hermógenes de Lima Filho, chega à cachoeira do Paredão para efetuar os primeiros estudos preliminares sobre o potencial hidroelétrico da empresa. Ver 10.03.1950. 

10 de março de 1950 – Em visita ao Território do Amapá, o Engenheiro Patrício Mauro Thibau, em companhia com o Engenheiro Mariano Furtado Corrêa, seguem para as nascentes das quedas d’água da cachoeira do rio Araguari, onde ali realizam os estudos preliminares para o aproveitamento da energia hidroelétrica da referida cachoeira. O engenheiro Thibau chegou a Macapá no dia anterior (09/10). 

28 de março de 1950 – Como justa homenagem ao chefe do executivo amapaense, os funcionários da Usina de Força e Luz de Macapá inauguram um retrato do Governador Capitão Janary Nunes naquele recinto. 

29 de abril de 1950 – A Usina de Força e Luz de Macapá possui 04 motores tipo “Caterpillar” com capacidade total de 300kw. Em sua rede de distribuição existem 02 transformadores de 10kw (cada) para atender aos bairros do Laguinho e Trem; 03 transformadores de 50kw (cada) para o Hospital, Escola Profissional e Frigorífico; 01 transformador de 100kw que serve como saída de corrente de alta tensão colocado no interior da Usina. Nos últimos 06 meses foram instalados 148 postes de madeira, com 3.000kg de fios de cobre de várias espessuras. 

06 de maio de 1950 – A Usina de Força e Luz de Macapá vem ocupando uma área de 330m², onde ali estão instalados 04 motores D-17000 marca “Caterpillar”, com capacidade total de 300 kw. 

25 de maio 1950 – Inauguração do sistema de luz elétrica na vila de Ferreira Gomes, contendo 01 gerador Caterpillar de 22kw, que também aciona o motor-guincho de 7.5cv da ponte de balsas sobre o rio Araguari, localizado em um dos trechos da rodovia Macapá-Clevelândia. 

14 de junho de 1950 – Inauguração do prédio da Usina de Força e Luz do município de Amapá. 

28 de julho de 1950 – Inauguração da nova Usina de Força e Luz da vila de Calçoene, com a instalação de um motor Caterpillar de 31 kw, em substituição ao que vinha sendo utilizado. Os serviços de instalação foram dirigidos pelo Sr. Harold Skappel, da Usina de Força e Luz de Macapá, que também fez todo o serviço de implantação de 95 postes de madeira e empregados quase duas toneladas de fios de cobre. (ver Jornal “Amapá”, edição 283) 

17 de agosto de 1950 – Inauguração da nova instalação de luz elétrica do município de Amapá, com a presença de autoridades locais e territoriais. 

15 de setembro de 1950 – Inauguração do Pavilhão de Máquinas e a nova Usina de Força e Luz para atender ao Parque de Exposições de Fazendinha e expandir o serviço para alguns moradores adjacentes. A Usina ocupa uma área de 48,60m² e possui um motor Caterpillar D-8.800. 

16 de setembro de 1950 – A Usina de Força e Luz de Macapá possui 05 grupos elétricos, sendo04 motores tipo “Caterpillar” com 300 kw (total) e 01 Internacional marca GM (General Motors). 

31 de dezembro de 1950 – Durante todo este ano, a Usina de Força e Luz de Macapá forneceu 1.096.160 kw/hora.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Mudança na geração de energia urbana de Macapá


Registro fotográfico de 1949, da Usina de Força e Luz que atendia a pequena cidade de Macapá.


Em meados de 1944, quando a Usina de Luz e Força (UFL) de Macapá passou a gerar energia elétrica para a capital amapaense, o então Governador do Amapá Capitão Janary Nunes, efetuou um planejamento para que os motores “Caterpillar” – instalados na UFL da cidade – atendessem por pelo menos os primeiros quatro (04) anos de autonomia territorial, com sua produção energética de 18hs diárias. 

Entretanto, com as constantes chegadas de famílias à capital amapaense que, em consequência, surgiria a abertura de novas vias (ruas e avenidas), obrigou o poder público local a ampliar a rede de iluminação urbana e domiciliar em virtude dessa expansão populacional, de modo que, antes do final do ano de 1946, os referido motores da UFL tiveram de superar a sua capacidade nominal de produção. 

Com isso, começaram a ser constatados os desgastes de peças mecânicas, difíceis de serem adquiridas de imediato no país, obrigando assim (por questão de ordem técnica), que a Superintendência de Serviços Industriais do Governo do Amapá determinasse pela redução no fornecimento de energia elétrica para a cidade de Macapá, bem antes de alcançarem o prazo estipulado, que seria por volta de 1948. 

Vendo que a produção diária seria de apenas 12 horas, o governo amapaense (através da Divisão de Obras) buscou tomar imediatas providências para se fazer comprometido com a situação constantemente formada, tanto pelo crescimento populacional, como pela elevada demanda de consumo elétrico, havendo mantido em julho de 1948, diversos contatos com empresas nacionais e internacionais, que quisessem oferecer a comercialização de motores e geradores elétricos de grande capacidade. 

Formalizou a aquisição de dois novos motores para a UFL de Macapá, que desembarcariam na cidade no final daquele ano (de 1948). 

Nota em jornal informando das mudanças na UFL
Porém, a Divisão de Obras do Governo do Amapá (que tinha como chefe o Engenheiro Hermógenes de Lima Filho) recebera a orientação da empresa vendedora dos motores de que os novos equipamentos seguiam um padrão de geração excepcional para as usinas elétricas da época, sendo preciso adaptar corretamente as instalações que seriam atendidas por sua geração. 

Em face da orientação tomada, a Divisão de Obras do Governo do Amapá avisou publicamente a população macapaense das alterações que ocorreria na geração e distribuição elétrica urbana, solicitando assim que houvesse a substituição domiciliar de suas instalações elétricas, evitando possíveis danos materiais em seus equipamentos. 

Até o final da década de 1940, a Divisão de Obras do Governo do Amapá já havia concretizado a substituição elétrica de mais de 90% das instalações domiciliares, e feito um considerável atendimento de quase 440 ligações novas. 

No ano de 1949, a UFL de Macapá – que agora estava com seus novos motores – havia mantido um consumo elétrico de 244,67kw, distribuídos nos 360 postes de iluminação espalhados na cidade.

terça-feira, 2 de junho de 2015

A 1ª inspeção técnica à cachoeira do Paredão


O governador do Amapá Capitão Janary Nunes retornando de inspeção feita à cachoeira do Rio Araguary, em 1947


Foi por volta das 07:00hs da manhã daquele dia 12 de junho de 1947 quando o então governador do Amapá Capitão Janary Gentil Nunes e sua comitiva governamental pegaram um barco-motor e desceram o rio Araguary com o objetivo de analisar as possibilidades de aproveitamento para o fornecimento de energia hidroelétrica do referido rio. 
Estiveram acompanhando o Chefe do Executivo amapaense: Drº Hermógenes de Lima Filho (diretor da Divisão de Obras do Amapá); Mr. John Lucien Hummel (engenheiro-chefe do Serviço Especial de Saúde Pública do Governo amapaense); Tenente Dulcício Alves Barbosa (reformado da Aeronáutica); Sr.º Daniel Martins (fotógrafo); Geraldo Silva (da empresa de mineração Apolo). 

Após saírem de Macapá ás 12hs do dia 11 de junho, seguiram em destino à vila de Porto Grande, onde pernoitaram e seguiram viagem pela manhã, através de um barco-motor cedido pela comunidade. Ao descerem rio Araguary, bateram algumas fotos até a região da Cachoeira do Pião e Caldeirão. Às 14hs, depois de fazerem uma ligeira refeição, o então governador e sua comitiva seguiram viagem pela cachoeira. 

O Capitão Janary, o Dr.º Hermógenes e Mr. Hummel ficaram observando a cachoeira do Paredão durante quase uma hora, por jusante e montante nos seus interessantes aspectos. Possuindo cerca de 600m de extensão por 12m e 15m de altura, prevendo-se uma elevada quantidade de potencial hidroelétrico, calculado pelo menos em 200.000 HP na sua totalidade. Vale ressaltar que a cachoeira fica numa distância em linha reta de 110km de Macapá. 

Já por volta das 19hs, o Capitão Janary Nunes e sua comitiva começaram a fazer a viagem de retorno, chegando à fazenda pertencente ao Senhor Dulcício que integrava a sua comitiva, onde ali pernoitaram e seguiram de retorno à Macapá pela manhã seguinte, chegando nesta capital por volta das 08:30hs da manhã do dia 13/06. 

Um dos marcantes momentos dessa viagem pela cachoeira do Paredão veio por patê do Mr. Hummel (engenheiro-chefe do SESP), que revelou o seu entusiasmo pelo futuro econômico da região que teve oportunidade de visitar.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

O 1º furto público de materiais elétricos no Amapá


Aspectos de Macapá em meados da década de 1940.


Em 1946, o sistema de distribuição de energia elétrica da área urbana de Macapá era bastante limitado, onde o então Governo Territorial do Amapá investia periodicamente na extensão de novas redes elétricas. 

Porém, para que o poder Público pudesse atender as novas demandas, a Superintendência dos Serviços Industriais do Governo do Amapá efetuava uma lista semanal de pedidos de novas instalações residenciais que eram repassadas para a administração da Usina de Força e Luz (UFL) de Macapá, que, ordenadamente, buscavam atender aos pedidos. 

Como o serviço de fornecimento de eletricidade era uma ação inovadora em termos de infraestrutura urbana para a população macapaense, os materiais elétricos utilizados – tanto na rede distribuidora de energia elétrica, como nas instalações de entrada das residências – eram cedidos em caráter de doação pelo governo amapaense, mas havendo um registro de controle de gastos que serviam na prestação de contas da administração da Usina de Força da cidade. 

Em virtude da cidade de Macapá haver pouco mais de 1.200 moradias espalhadas, menos de 20% desse índice ainda era contemplado pelo fornecimento elétrico, enquanto que boa parte do restante já havia solicitado a instalação de luz elétrica ao governo amapaense, apenas aguardando o atendimento. 

Material elétrico desaparecido
A Usina de Força e Luz de Macapá gerava energia elétrica por 15 horas diárias, havendo algumas ocasiões ter ampliado sua geração por ordens superiores, mas mantinha sempre esse período de funcionamento. Os poucos registros diários de pane ou sobrecarga na geração da UFL eram ocasionados por razões de natureza adversa (vegetação caída sobre a rede elétrica ou fortes chuvas), já que a cidade anda mantinha um aspecto interiorano. 

O quadro administrativo da UFL era composto de seis (06) eletricistas, dois (02) encarregados, oito (08) ajudantes de eletricistas. Todos eram subordinados à Superintendência dos Serviços Industriais do Governo do Amapá, que tinha como titular o Sr. Aristeu Ubirajara Coutinho. 

Como a UFL ocupava 70% do tempo diário, seus funcionários trabalhavam sob regime de revezamento diurno e noturno, estabelecido pela própria Superintendência dos Serviços Industriais. 

Em 20 de setembro daquele ano (1946), numa ação discreta, realizada durante a geração noturna da UFL, cerca de 10kg de fios de cobre desapareceram do depósito da UFL que ficava atrás da própria Usina, sendo levado o fato de imediato ao conhecimento do superintendente Aristeu Coutinho, que registrou o roubo na Delegacia de polícia de Macapá, que prometera investigar cautelosamente o seu destino. 

Sobrecargas na UFL
Passados alguns dias após o desaparecimento de materiais elétricos, a UFL começou a sofrer constantes desligamentos que não conseguiam ser detectados pela equipe interna da UFL. Os chamados “apagões momentâneos” aconteciam quase sempre entre às 20hs e 22hs, deixando perplexos os técnicos da Usina por cinco dias consecutivos, o que obrigou a administração da UFL a tomar uma providência: colocar os eletricistas da UFL para vistoriarem minuciosamente toda a rede elétrica de Macapá durante o horário preciso dos desligamentos. 

A condenação dos envolvidos publicada em 1946
Como a equipe noturna da UFL era composta de quatro (04) funcionários, coube ao eletricista José Leitão percorrer o circuito elétrico entre os horários que atingiam a geração da UFL. Não foi tão difícil para José Leitão constatar que uma rede irregular fornecia energia elétrica para uma moradia localizada por trás da antiga Olaria Territorial, onde Leitão buscou por informações de que aquela instalação não estava registrada no cadastro de residências que eram atendidas pela UFL de Macapá. 

Após uma persistente conversa com o dono da moradia, o eletricista José Leitão soube que a instalação havia sido feita com o referido material elétrico que foi anteriormente furtado do depósito da UFL, e que os responsáveis dessa “façanha criminal” seriam funcionários lotados na UFL. 

Funcionários da UFL envolvidos
Procurando não causar abalo na estrutura administrativa do governo amapaense, o fato somente veio a público no início do mês de outubro de 1946, quando a Polícia intimou quatro funcionários da UFL de Macapá para prestarem depoimentos na delegacia, onde dois confessaram ter roubado o material e repassado para outros dois colegas da UFL. 

Os operários envolvidos no furto foram: José Francisco dos Santos, Rui Barbosa da Silveira (ex-servidor público), Ivo Dias de Oliveira e Vicente Huet Bacelar, todos do quadro administrativo do Governo Territorial do Amapá, que teriam infringido o artigo 312 do Código Penal. Curiosamente o operário José Francisco dos Santos (chamado pela alcunha de “Brocoió”) já tinha passagens policiais por desordens públicas e agressão física. Já o encarregado Rui Barbosa havia levantado uma suspeita no envolvimento do furto dos materiais quando solicitou seu desligamento funcional da UFL dias antes do ocorrido, para tratar de sua saúde, o que deixou desconfiado alguns colegas de trabalho que não entendiam a retirada de um “funcionário-padrão” do quadro efetivo de um dos setores mais bem remunerados do governo local. 

A tal denúncia também chegou ao conhecimento da Promotoria da Capital no dia 10 de outubro, que decidiu pela prisão dos envolvidos e condenação mínima de seis anos (para cada acusado) pelo furto de material público e danos ao patrimônio público. 


(Algumas informações foram tiradas do Jornal semanal “Amapá”, de 12/10/1946, edição 82)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

1945: Governo Federal libera recursos e os primeiros registros de sobrecargas na UFL de Macapá


O encontro do governador do Amapá Janary Nunes (dir.) com o Presidente Getúlio Vargas, em abril/1945, garantiu recursos federais para importantes obras na região, em especial, para o melhoramento do setor elétrico.


Em março de 1945, o então Território Federal do Amapá já havia crescido significativamente, tanto em termos populacionais como em termos econômicos. O fato começou a preocupar o então governador Capitão Janary Nunes que, em 1° de abril daquele ano, viajou para a Capital Federal (que na época era o Rio de Janeiro-RJ) em busca de recursos para serem aplicados em seu plano de governo que acompanharia aquele crescimento sócio-populacional que ocorria na região. 

Durante um mês inteiro em que esteve no Rio de Janeiro (RJ), Janary Nunes manteve diversos contatos com ministérios e departamentos ligados ao Governo Federal, sendo até mesmo recebido pelo próprio Presidente da República Getúlio Vargas (em 10/04/1945) em uma dessas audiências agendadas, onde apresentou um álbum fotográfico sobre as ações já desenvolvidas por sua administração e solicitou a liberação de verbas para a conclusão de obras que se encontravam em andamento no Território amapaense. 

O Chefe da Nação garantiu a liberação de recursos que seriam aplicados na agricultura, pecuária e na infraestrutura de prédios públicos no Amapá. Ainda no Rio de Janeiro, Janary Nunes atendeu a um convite especial do Coronel Hélio de Macedo Soares, visitando no dia 16 de abril corrente, as instalações hidrelétricas da capital carioca, o que lhe entusiasmou mais ainda em relação de querer aproveitar o potencial hidroelétrico no então Território Federal do Amapá. 

Enquanto que no Amapá, a demanda migratória “se traçava” descontroladamente sobre as terras amapaenses – em especial pela cidade de Macapá, por onde também chegavam os primeiros empreendedores que fortaleceriam um importante setor primário da região: o setor madeireiro. 

Cel. Hélio de Macedo Soares
Surgiriam nas imediações das antigas Docas da Fortaleza alguns comerciantes focados na compra e venda deste ramo que era extraído de nossas florestas, na qual abasteciam e impulsionavam consideravelmente o comércio local. Em paralelo, apareceriam os primeiros equipamentos industriais constantemente usados nessas madeireiras para o corte e empilhamento desta matéria-prima. Com isso, a Usina de Força e Luz de Macapá já começaria a apresentar seus primeiros registros de sobrecargas, estando a Usina com menos de um ano de funcionamento público. 

Porém, o superintendente dos Serviços Industriais do Governo do Amapá, Dr. Eloy Monteiro Nunes, na qual coordenava o funcionamento e a distribuição de energia elétrica para a capital, emitiu no dia 29 de julho/45, um Aviso Público para os moradores da cidade, com vários procedimentos relacionados à utilização limitada de eletricidade por esses consumidores, proibindo seu desperdício para alguns aparelhos domésticos (como geladeiras, ferros e discos elétricos), entre os horários de 18hs e 22hs, quando essa sua geração elétrica era diretamente destinada nos serviços de iluminação noturna e radiofônica da cidade. 

O referido Aviso Público foi temporariamente cumprido pela população, tendo que respeitar que os horários de geração elétrica que diariamente ocorriam das 18hs até às 06hs da manhã do dia seguinte. 

Em 08 de novembro de 1945, o Governo do Amapá baixou o Decreto n. 032, descrevendo as funções públicas da Usina de Força e Luz (UFL) de Macapá, também apresentando sua primeira equipe de funcionários e a escala de geração elétrica da cidade. Até dezembro corrente, a UFL da capital já havia distribuído em torno de 123.732kw/h durante todo esse ano.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Em 1944 chega o progresso para o Amapá


O Capitão Janary Gentil Nunes, 1º governador do Amapá, desempenhou importante papel no progresso energético da região.



Em 25 de janeiro de 1944 ocorre a instalação do Governo do Território Federal do Amapá, nomeando o Capitão de Exército Janary Gentil Nunes (1912-1984) para administrar a nova região recém-independente em termos político-administrativo. 

Ainda no mesmo dia de instalação do novo governo, o Capitão Janary Nunes tomou imediato conhecimento das péssimas situações que a capital amapaense vivia: sem sistema adequado de esgoto sanitário, sem energia elétrica e sem qualquer outra infraestrutura mínima para manter uma cidade parcialmente “limpa e organizada”. 

Com o lema institucional “Sanear, Educar e Povoar”, Janary inicialmente criou Divisões e Departamentos que seriam responsáveis por cada área e setor social que viesse a empenhar trabalhos visivelmente positivos para a comunidade local. Entre as áreas a serem investidas em benefício da sociedade seria o setor elétrico, que ficaria sob a responsabilidade da Divisão de Obras do Governo Territorial do Amapá, que também respondia pelos serviços de saneamento e infraestrutura de todo o território amapaense. 

Tendo como seu primeiro chefe o Engenheiro Hermógenes de Lima Filho, a Divisão de Obras distribuiu funções e tarefas na capital e no restante do Território do Amapá como forma de desenvolver e conhecer demograficamente a situação em toda região. Tal ação fez com que o governo amapaense pudesse se aproximar das necessidades sociais que atingiam as comunidades suburbanas e as mais distantes do centro urbano da capital. 

Uma dessas primeiras ações benéficas ocorreu no dia 18 de março de 1944 com a inauguração de um serviço provisório de energia elétrica para atender alguns prédios públicos da cidade de Macapá, em especial, o Palácio do Governo do Amapá (inicialmente montado em duas salas do atual Museu Joaquim Caetano da Silva). Abastecido por um “motorzinho” à gasolina, fora instalado no quintal do prédio do Palácio Governamental para atender uma escola primária, a residência interina do governador Janary Nunes (que ficava em frente do Palácio Governamental) e iluminação noturna das imediações do Palácio e a Igreja Matriz da cidade. 

Outras localidades recebem energia elétrica
Em paralelo com esse pequeno abastecimento público, foi também sendo implantada luz elétrica na Vila Militar de Clevelândia (em 02/09/1944), na vila de Oiapoque (em 07/09/1944) e na sede municipal de Mazagão (em 17/07 corrente). Todas essas instalações passaram a serem atendidas por motores “kohler”, com serviços realizados pelo técnico Manuel Martins Filho, contratado pelo Governo do Amapá. 

Motores "kohler" eram espalhados pelo Amapá
Esse mesmo técnico seria o responsável por coordenar a construção física do prédio da 1ª Usina de Força e Luz da capital amapaense, seguindo ordens do Capitão Janary Nunes, passando fixamente a funcionar na Passagem da Boa Esperança (atual Avenida General Gurjão, no Centro de Macapá). Esse novo prédio, solenemente inaugurado no primeiro aniversário de criação do Território Federal do Amapá (em 13/09/1944), seria construído em formato de “chalet”, com paredes de madeira e piso de concreto, e tendo a cobertura de telhas “Eternit”. 

No dia 10 de novembro de 1944, o Governo do Amapá substituiu a geração elétrica da Usina de Força e Luz da capital com carga mais elevada, agora constituída de três (03) motores “Caterpillar” para fornecer eletricidade para os receptores de rádios (nas residências), refrigeradores e máquinas em geral, além de atender ao sistema de iluminação pública da cidade. 

Até dezembro desse ano, o Governo amapaense já tinha instalado o fornecimento de energia elétrica nas localidades mais populosas do Território do Amapá, todas contendo motores “kohler”.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Os Primórdios da eletricidade no Amapá


Macapá, de 1910, vendo no canto da esquerda um poste com lampiões


Os primeiros indícios relacionados à implantação de energia elétrica no Amapá remontam no final do século XXI, quando a cidade de Macapá ainda era mantida por um Conselho Administrativo, coordenado por um Intendente indicado pelo Governo do Pará. 

Em 21 de novembro de 1896, o Conselho Municipal de Macapá publicou um Edital, concedendo a arrematação pública de 50 lampiões e 50 “mangas” de vidros novos, a serem utilizadas no serviço de iluminação noturna da cidade de Macapá. 

Tais materiais foram adquiridos no início do ano seguinte e colocados em locais considerados estratégicos pela Intendência de Macapá, na qual se distribuíam pelas quase dez ruas e travessas existentes na cidade, onde um “faroleiro” (cidadão-responsável pelos serviços de manutenção desses lampiões) percorria no horário entre 19hs e 20hs para acender individualmente as lamparinas – movida à querosene – instaladas em postes de madeira (tipo virola), cumprindo um ritual diário que fora ordenado pelo chefe majoritário da cidade (o Intendente), sendo posteriormente necessário apagar cada lamparina antes das 06hs da manhã. 

O serviço ficou se estendendo entre os anos de 1896 a 1913, quando o Intendente Jovino Dinoá solicitou a expansão dos lampiões para uso interno de prédios públicos como a Fortaleza de São José e a frente da Igreja Matriz (São José). Vale ressaltar que esses serviços eram cobertos por custo incluídos nos orçamentos anuais do Executivo paraense. 

Uma precária geração elétrica
Em outubro de 1929, a cidade de Macapá receberia, pela primeira vez, um fornecimento (provisório) de energia elétrica, quando uma comissão encarregada de proceder aos estudos de levantamentos topográficos para construção da estrada Macapá-Clevelândia, aqui estiveram e trouxeram um pequeno motor com gerador que fornecia eletricidade para algumas casas e ruas da cidade. 

O pequeno motor ficou instalado numa área lateral da residência do então prefeito de Macapá Otávio Ramos, onde autorizou que tal benefício atingisse outras quatro casas que ficavam nas proximidades, por achar “útil e necessário tal serviço”. Essas casas que receberam energia provisória serviam como escola primária, delegacia de polícia e um pequeno depósito municipal. 

O fornecimento elétrico – que era mantido por três horas diárias – durou menos de dez dias, já que a comissão retirou-se da cidade de Macapá após a conclusão desses estudos topográficos, levando consigo o referido gerador. 

Somente na gestão municipal do Major Moisés Eliezer Levy (em fevereiro de 1933) que a cidade macapaense novamente receberia energia elétrico, quando um motor de uso naval, movido à gasolina, seria instalado numa das galerias do prédio da Intendência de Macapá, gerando eletricidade somente para o prédio público e outras três residências adjacentes. Quando o Major deixou o cargo de prefeito, também levou consigo o referido motor por alegar que o equipamento lhe pertencia particularmente. 

Já em novembro de 1937, o prefeito de Macapá Coronel Francisco Ramos Soares, conseguiu através de um pedido pessoal com o então governador do Estado do Pará, José Carneiro da Gama Malcher, a autorização para a construção de uma pequena Usina de Força e Luz (com caldeiras à vapor), para o melhoramento social da cidade macapaense, sendo esta erguida numa área localizada no atual cruzamento da Rua Independência com a Alameda Francisco Serrano. 

Como a cidade não supria de muitos recursos sociais (como prédios ou grandes estabelecimentos comerciais), a Usina somente gerava força hidráulica (fracos movimentos com auxílio das águas) como forma de atender apenas aos engenhos de embarcações atracadas nas imediações das Docas da Fortaleza. Essa Usina de Força se manteve precariamente até setembro de 1938, quando a falta de atenção do Poder Público ocasionou sua paralisação por tempo indeterminado, levando novamente a cidade Macapá a ficar sem tal serviço até a instalação do Governo Territorial, já ocorrido somente na década seguinte.